quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um gato... Um amor... Uma vida!!

Esta foi a carinha que capturou nosso coração.  (primeira foto tirada do Iruka)


O dia começou como outro qualquer, me arrumei e fui para o trabalho, trabalhei a manha inteira.
No horario de almoço (como era de costume já que eu trabalhava longe de casa e só tinha uma hora de almoço) fui na casa do meu irmão que é bem próximo ao meu antigo serviço.
Almocei e fiquei brincando com meu sobrinho, quando o interfone rompeu a casa com um toque meio que desesperado até.
Era meu pai, com um gato no colo.
Ah! Que gata! Assustado, mirrado, magrela... Podia contar suas costelas só de olhar.
E o olhar, que olhar estranho! Claro ele não tem olhos (você deve estar pensando). Mas mesmo sem olhos eu podia sentir tristeza naquele olhar meio que "sem olhos".
Mas, meu horário de almoço já tinha acabado. Fui trabalhar, não consegui trabalhar sossegada, não parava de pensar naquela criatura, liguei umas 5 ou 6 vezes para saber se ele comeu, bebeu, se ainda estava lá.
Enfim 19:00 horas, hora de fechar a loja, se eu pudesse teria rodado o ponteiro do relógio, para o tempo andar mais rápido.
Tudo bem comecei a fechar a loja 18:30 na ansiedade.
Leandro já estava me esperando do lado de fora.
Fomos em busca do gatinho que até então, nem nome tinha.
Lá estava ele deitado no sofá, do mesmo jeito que eu tinha visto antes de voltar ao trabalho.
Mais tarde em casa, meu pai me contou que estava passando pela rua e ouviu um miado de um gatinho em cima de um muro alto, como meu pai é coração mole igual eu, parou e foi ajudar o gatinho a descer, quando ele chegou perto do gato teve um surpresa ele é cego!!!
Na mesma hora ele pegou e levou para casa do meu irmão, pois ele estava voltando para o trabalho e não podia voltar em casa porque era meio longe.



Ao chegar no meu irmão ele soltou essa pérola para ser lembrada por gerações na familia:
- Eu só preciso que você fique com ele agora e alimente-o bem, porque depois eu posso sustenta-lo!! Vou ter que trabalhar depois eu passo ai pega-lo!!!
Isso aí!! Meu pai o poderoso chefão!!!
A cada dia que passava Iruka nos surpreendia ainda mais com suas maravilhosas façanhas.
Que para um gato normal, seria fácil, mas para um gato cego era superar um obstaculo após o outro.
Ele devolveu a alegria para meu pai...
Meu pai sempre foi uma pessoa muito preocupada com o "mundo" e seus problemas e as vezes ele era até meio ranzinza, mas, o Iruka mudou completamente o caráter dele.
Até minha mãe que não gostava de animal dentro de casa se encantou por ele.
Nem preciso falar que eu e o Leandro a cada dia  mais eramos arrebatados por um amor imenso, que não sabíamos que poderia existir por um animal.
Nossa casa sofreu uma mudança radical: as janelas só ficam abertas as que tem grade, o pé de abacate esta todo enrolado com garrafas pet, os coelhos ganharam um novo lar na laje - estão mais metidos do que nunca tem casa, comida, "solzinho" pra pegar uma corzinha e uma casinha cheia de sombra em volta pra aproiveitar a vida, os portões estão sempre fechados, pinheirinho de natal??
Só se for com enfeites que não quebrem quando o pinheirinho vem ao chão, pra dormir no verão só se for com ventilador ligado (Iruka fica miando até ligarem), pra dormir no inverno, só se for debaixo do cobertor.
Enfeites de porcelana, gesso ou qualquer outra "coisa" que se possa quebrar: Ok, você pode até colocar mas é por sua conta e risco!!
Quando os amigos e conhecidos souberam que adotamos um gatinho cego, ouviamos:
- Cego??!! - cara de espanto - Credo Helo se livra dele, é macumba!!
- Você adotou um gato cego? Como você tem coragem?? Credo não consigo nem olhar nos olhos dele - deve ser porque ele não tem, pensei.
- Ahhh!! Que criatura horrível!! Como ele ficou assim?? A mãe dele pode ter comido... Eca!! Esse animal não podia estar vivo.. Ainda trará problemas a você.
Acha que já leu muito?? Espera ainda tem a melhor frase:
- Cego?? Deixa eu ver a foto?? - após ver a foto - Helo!! Esse gato é do capeta!!
Após meses ouvindo histórias sinistras e teorias sobre o que acontecera aos olhos do Iruka, mesmo eu explicando que a veterinária havia dito que poderia ter nascido assim, ou que a mãe dele deveria de ter comido os olhos defeituosos, muitos não acreditavam, ou achavam a historia da macumba mais interessante, ao passar do tempo as pessoas começaram a se "conformar" com o fato de que eu não iria abandoná-lo.
Enfim, um gatinho cego mudou nossas vidas, nos deu mais alegria, nos ensinou o valor da vida, não importa o dia ele sempre esta disposto a brincar e correr e pular e atacar, ele parece não se importar muito, a visão pra ele foi só um pequeno detalhe que esqueceram de colocar, e que sinceramente não parece lhe fazer muita falta (salvo nas horas em que ele almeja pegar os passarinhos que voam e tomam banho pelo quintal).
Certa vez um amigo disse a seguinte frase:
- Não é a gente que escolhe o animal que vamos adotar, ele que nos escolhe e nos lança seu olhar arrebatador sobre nos e toma conta do nosso coração!
O Iruka, de fato nos escolheu, mudou nossas vidas...
"Amigo não se compra, amigo se conquista"!!
ADOTAR é tudo de bom!!!



eu com meu uniforme do meu antigo serviço e o Iruka na minha barriga os dois dorminhocos
(uns dias depois de ter adotado o Iruka eu acabei saindo deste emprego, troquei por um mais perto de casa, para poder estar perto dele no horario do almoço também)

6 comentários:

  1. Heloize, adotar já é uma atitude linda, e se o bichinho é deficiente, é mais nobre ainda, pq geralmente eles são discriminados. Muitas pessoas acham que dá muito mais trabalho que um bicho normal, e nem é bem assim. Parabéns pra vc e pro Iruka!

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  2. Emocionada pela estória de amor de vocês!

    Mil beijos nossos!

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  3. Helo,

    Que história linda!
    As pessoas são muito preconceituosas mesmo,
    mas cabe a nós tentar mudar a visão delas,
    um pouquinho de cada vez, né!

    =)

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  4. Magnifica historia conmovedora , es increíble que exista gente que se horroriza cuando ve una discapacidad en un animal , justo cuando mas necesita de amor y protección , bravo por vosotros y saludos a Iruka de parte de Merlina y Inocencia.

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  5. Você disse tudo no final do post: não escolhemos o bichinho, é ele que nos escolhe! Linda a estória do Iruka!

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